Ter um felino em casa pode ser uma experiência gratificante. Saber um pouco mais sobre os hábitos e costumes dele pode ajudar a melhorar ainda mais essa valiosa relação.
Gatos são animais melindrosos. Apesar da fama de independente e seguros de si, nenhum deles gosta de passar todo o tempo sozinho. "A dinâmica social da casa tem um papel importante na forma como seu gato se sente e como ele vai se adaptar a essa casa", diz a comportamentalista americana Gwen Bailey.
"Ter um gato é uma das melhores experiências da minha vida e a partir do momento que conhecemos, entendemos e respeitamos sua personalidade e necessidades, essa ligação tende a melhrar cada vez mais", conta Gwen. E da mesma forma, o felino que tem um dono compreensivo e amigo vai conhecer, entender e respeitar seu jeito.
Os proprietários devem ter em mente que o gato aprecia a segurança de seu lar e vai demarcar o território, que considera o seu domínio, com sons, marcas de unhas e outros sinais, até urina. "São comportamentos facilmente controláveis. Caso o seu bichinho aja de forma indesejada, tente antes de mais nada entender o porquê de suas atitudes para saber quais procedimentos adotar em relação a isso. Pode ser difícil em alguns casos, mas com carinho, persistência e muita paciência, qualquer gato pode se tornar um grande amigo", garante a americana. Miando alto
Para nós pode parecer apenas um "miau" mas já foram identificados pelo menos 16 tipos diferentes de miados. Os gatos conseguem se expressar bem, embora também usem uma grande variedade de formas de comunicação, como postura corporal e demarcação de território.
Quase todos os felinos se valem da comunicação vocal, uns mais do que outros. Algumas raças são mais "falantes", como o Siamês que é conhecido por ser "tagarela", e há os mais reservados, como o silencioso Persa. Mesmo um singelo "miau" pode ser proferido em diferentes tons, velocidades e ritmos, cada um com seu significado.
Quanto mais baixo for o miado, mais agitado o gato está. Se o volume do miado for muito alto, o animal provavelmente está feliz ou excitado. Com o tempo, o dono aprende as diferenças entre os "miaus" e mensagens constantes como "estou com fome" e "quero carinho" tornam-se facilmente identificáveis.
Além do miado, os gatos têm outros sons bastante peculiares, como assobios, rosnados e murmúrios, gorjeios e trinados, sem contar o famoso ronronando.
O gato-bravo (Felis silvestris), também conhecido como gato-selvagem, gato-cabeçana ou gato-montês, é um pequeno felino natural da Europa, África e Ásia. A espécie é bastante versátil e ocupa habitats diversificados como savanas, florestas e estepes. O gato-doméstico evoluiu a partir do gato-bravo e é considerado como sua sub-espécie (Felis silvestris catus).
Quando apenas existiam gatos selvagens estes obedeciam unicamente ao seu instinto para sobreviver. Estavam em alerta constante e viviam por sua conta e risco. Uma realidade bem distinta da dos gatos domésticos que têm à disposição comida, cama, ‘roupa lavada’ e beneficiam de uma maior sociabilização. Mas, mesmo longe dos perigos de outrora e ainda que privados do contacto com gatos mais velhos com quem aprender a ser… gato, há coisas que não se perdem. Chama-se-lhes instintos. Uma gata sabe quando procurar um parceiro para procriar, dá à luz instintivamente e sabe, depois, como cuidar das suas crias até que estas se tornem independentes. Também no que toca ao reconhecimento do perigo, os felinos mantêm um apurado instinto defensivo. Quando perante o perigo agem com ‘conhecimento de causa’ e se percebem que vão cair, por exemplo, fazem-no, de forma inata, sobre as quatro patas, o que amortece a queda. Mas não basta ter instinto. Dizem alguns entendidos que os gatos não nascem a saber caçar, aprendem a fazê-o com a observação, sendo esse um dos primeiros e principais ensinamentos da mãe. Ou seja, ainda que muitas das suas reacções sejam instintivas outras aprendem-nas ao observarem o comportamento de gatos mais velhos Ainda assim, não é à toa que os nossos ‘tarecos’ são, ainda hoje, dos animais com os sentidos mais apurados e desenvolvidos. Neles, tudo se conjuga de uma forma quase perfeita.